segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

Capítulo 74

Nathallia: Davi? - pisei no tatame e Davi me avistou,sorrindo ele se aproximou de mim 

Davi: Oi - disse me cumprimentando - Tudo bem? - perguntou e eu assenti afirmando

Nathallia: E você? 

Davi: Tô bem - sorriu - Pronta pra soar hoje?

Nathallia: Na verdade,não - ri - Pega leve comigo hoje,tá? - disse e ele riu irônico 

Davi: Claro,madame - disse e riu em seguida. O conhecia o suficiente pra saber que... ele não pegaria leve comigo. 

E como eu previa,treinei pesado. Muito incentivo,e consegui fazer tudo direitinho e nos mais perfeitos detalhes. O suor e o cansaço eram consequências de um bom treino,como já dizia Davi. 

Terminei o treino depois de 1 hora e meia na luta contra o meu próprio cansaço. Tirei o equipamento das mãos,e me sentei no banco a procura de ar pra respirar,já que eu estava super ofegante. Tomei goles de água da garrafinha que eu sempre trazia de casa para o treino,e a deixei sem uma gotinha de água em dois minutos. Respirei fundo,e recuperei meu fôlego.

Davi: Gostei de ver! Seu treino hoje foi surpreendente... - sorriu - Tá nervosa? 

Nathallia: Não.. - disse mas no fundo,eu estava 

Davi: Eu sei que está,você nunca treina tão violentamente desse jeito quanto não tá com raiva. 

Nathallia: Ah... é umas coisas aí,mas é bobeira. Eu esqueço rapidinho - falei secado o suor do rosto 

Davi: Tem certeza? - perguntou e eu concordei - Tá bom - sorriu 

Nathallia: Agora,partiu casa,porque eu tô acabada.. Não tá fácil pra ninguém - ri pegando minha bolsa - Beijo - beijei a bochecha de Davi e saí da academia. 

Andando distraída mexendo no celular,eu escuto um "Psiu"... Nem ligo e continuo andando. Novamente escuto mais um "Psiu",e mais uma vez resolvi ignorar. E pra me irritar,mais um "Psiu" vem a tona. Olhei pra trás,e um homem que aparentava ter uns 35 anos me olhava malicioso. O analisei espantada,e comecei a andar rápido. Meus passos largos e respiração profunda foram um dos indícios de um desconforto pela situação. Percebi que os passos dele atrás de mim ficaram mais forte e mais rápidos,isso indicava que ele corria atrás de mim. Tentei aproveitar o meu bom condicionamento físico,e resolvi usá-lo a meu favor naquele momento. Comecei a correr e correr. Seus gritos direcionados a mim eram cada vez mais intensos e fortes. Resolvi cortar caminho por uma viela que terminaria direto em uma avenida movimentada. Essa era a minha única chance. 

Corri pra dentro da viela o mais rápido que eu conseguia... Na metade da viela havia uma rua,e eu teria de atravessá-la correndo. Correndo fui me aproximando da rua,e quando enfim cheguei na calçada,acabei tropeçando feio e caí no chão. Ralei feio o joelho,e o homem em olhou safado 

Xxx: Que pena - riu sarcástico,e como um furacão,um jovem dá um soco no rosto do homem safado,o fazendo cair no chão 

Xxx: Some daqui!! - disse alto,e eu pude reconhecer a voz. 

Nathallia: Lucas?! - falei e ele me olhou espantado 

Lucas: Cê tá bem?? Aí meu Deus,tá doendo?! - perguntou me ajudando a levantar do chão,enquanto eu fazia caretas e mais caretas pelo joelho ferido. 

Nathallia: Tá... - falei segurando as lágrimas,enquanto ele me ajudava a andar na calçada - Aí! - falei quando ele me puxou um pouco mais pra perto dele 

Lucas: Calma...,desculpa - falou sem jeito e eu sorri fraco em meio a dor no joelho. 

Ele abriu a porta do carro,e me ajudou a me sentar no banco do passageiro. Fiz mais caretas quando em sentei,pois o joelho doeu. 

Lucas: Vou te levar pro hospit... - o interrompi 

Nathallia: Não,me leva pra casa! - falei incomodada - Não é preciso hospital,só foi um ferimento que dá pra ser resolvido em casa. 

Lucas: Tem certeza? 

Nathallia: Tenho - confirmei 

Lucas: Você é estudante de medicina... Sabe os perigos. 

Nathallia: Mas também sei o que fazer,pode confiar. - falei e enfim o convenci. 

Não demorou para que chegássemos na portaria do meu prédio. Lucas me ajudou a descer do carro,e subiu comigo até meu apartamento. Eu disse que poderia ir embora,mas ele insistiu em me ajudar. Entramos em casa,e Lucas me pegou no colo,me deixando sentada no sofá. 

Nathallia: Me diz,como cê me viu lá? - perguntei curiosa,enquanto ele ajeitava minha perna em uma almofada no sofá 

Lucas: Eu tava passando,ué - riu e me fez rir também 

Nathallia: Não,idiota - ri - Tô falando,o que tava fazendo por lá...

Lucas: Eu tinha acabado de sair de uma loja,tava olhando uns presentes pra minha mãe. Não achei nada de interessante,e quando tava indo buscar meu carro que tava estacionado,vi aquele cara mexendo com você. Resolvi seguir,e foi quando eu vi... - o interrompi 

Nathallia: Tá.... Não fala - disse respirando fundo - Ainda bem que você tava lá pra me ajudar,Lucas. Se não fosse por você,eu... eu nem sei o que iria acontecer - falei agoniada,e ele colocou a mão em meus cabelos,e os acariciou levemente 

Lucas: Calma,tá tudo bem agora. Você tá segura,no conforto da sua casa. Nada de ruim vai te acontecer

Nathallia: Aí,Lucas. Muito obrigada! Muito obrigada mesmo! - falei e o abracei,deixando escapar lágrimas dos meus olhos 

Lucas: Faz isso não... Não chora não,se não eu choro também - riu respirando fundo - O que eu tenho que fazer? - perguntou e eu lhe dei as coordenadas,e assim ele conseguiu pegar tudo o que precisava pra cuidar do meu ferimento. 

Não demorou pra que ele chegasse na sala com a água boricada,algodões,soro fisiológico,band-aid,gaze,e fita. Ri,e depois disso não precisei lhe dizer mais nada,ele sozinho foi cuidar do machucado. Ele era cuidadoso,e se por um acaso fosse enfermeiro,seria muito bem sucedido. 

Lucas: Vamos colocar água boricada - disse abrido o frasco,e derramando um pouquinho no meu joelho. Admito que deu uma pontada forte,e me contorci uma vez. Ele me olhou espantado - Te machuquei? 

Nathallia: Não,é que isso acontece quando há micróbios no ferimento,por isso que quando colocamos soro fisiológico,água boricada ou algo do tipo,dá aquela leve dorzinha - falei e ele riu 

Lucas: Nossa,desculpa aí doutora - disse me fazendo rir - Prontinho. Curativo feito - disse guardando as coisas na caixinha. 

Nathallia: Muito obrigada mais uma vez,Lucas. Tu foi meu herói - ri 

Lucas: Fala isso não que eu acredito - riu - Agora,vou indo porque daqui a pouco é empresa - disse me abraçando - Te vejo lá... 

Nathallia: Vou criar coragem,e ir - ri - Vai com Deus,e cuidado - disse e ele beijou minha testa. O levei até a porta,onde mais um abraço foi dado até ele ir embora. 

Respirei fundo,e tentei andar normalmente mas era quase impossível. Eu mancava,por mais que fosse pouco,mas mesmo assim eu não iria deixar de trabalhar. Arrumei as coisas,e saí de casa. Esperei Marcos chegar com o táxi,e fomos rumo à empresa. 

Cheguei na empresa,paguei Marcos e ele mesmo me ajudou a descer do carro. Eu,com o joelho ferido,fui obrigada a vestir um short,pois se eu colocasse uma calça,eu não suportaria de tanta dor. Entrei na empresa,e fui direto pra minha sala. Comecei a trabalhar normalmente,e logo avistei alguém adentrar minha sala. Olhei e vi Lucas sorrindo vindo de encontro a mim. 

Lucas: Conseguiu vir desse jeito? - perguntou e eu assenti rindo - Não tem jeito mesmo,em... 

Nathallia: Não vou parar de trabalhar por causa de um acontecimento qualquer. 

Lucas: Acontecimento qualquer?! Meu,vai se saber o que aquele cara queria quando começou a correr atrás de você! E ainda tem a coragem de dizer que foi um acontecimento qualquer? Imagina se eu não tivesse chegado na hora? 

Nathallia: Verdade... Você tem razão,Lucas - respirei fundo e sorri tímida - foi mal. 

Lucas: Só quero ver você bem - sorriu 

Nathallia: Eu sei que quer,e por isso conseguiu me salvar daquele homem nojento! - falei com raiva e ele sorriu doce 

Lucas: Tudo está bem agora. 

Nathallia: Mas,tem um porém nisso tudo. - falei fazendo careta 

Lucas: Que porém? 

Nathallia: Não vou contar pra minha mãe,e nem ao meu padrasto. 

Lucas: Você precisa contar! Cê tá doida? - disse indignado 

Nathallia: Eu não quero confusão. 

Lucas: Não é questão de confusão,mas sim da sua segurança! 

Nathallia: Não quero que aconteça algo de novo! E você também não vai falar nada! Tô com medo dessas coisas,e não é a primeira vez que algo parecido acontece comigo - falei mais inquieta e ele suspirou 

Lucas: Calma princesa,agora já tá tudo bem com você. Você tá a salvo - disse suave... Princesa??? - O importante é que você tá bem,e nada mais. - disse passando a mão de leve em meu rosto,acariciando minhas bochechas com o polegar. Peguei sua mão e a beijei carinhosamente. 

Nathallia: Obrigada por tudo... - falei e escutei três batidas na porta,e em seguida a porta se abriu e meu padrasto adentra a sala,nos olhando desconfiado. 

Ricardo: Atrapalho alguma coisa? - perguntou e nós negamos - Ah...sei - disse com a sobrancelha arqueada - Eu tava na minha sala,e vi você passando com o joelho machucado,o que aconteceu?? - perguntou e eu senti que ele iria me enforcar ali mesmo. 

Nathallia: É que.... eu tava andando na rua,né? Aí... - Lucas me interrompeu 

Lucas: Aí eu tava junto com ela. Ela tropeçou feio em um desnivelamento na calçada,e o resto já sabe,né? Beijou o chão legal depois - disse e eu o olhei e tive de ser o mais "atriz" possível. Sorri e ele correspondeu 

Nathallia: Nossa,eu não beijei o chão. Aquela calçada tava ruim,e eu podia fazer o que? 

Lucas: Tipo,olhar pra onde pisa - disse rindo e até Ricardo riu também 

Ricardo: Foi isso? - perguntou e eu assenti - Tenha mais cuidado,pelo amor de Deus! Se não eu e sua mãe morremos. 

Nathallia: Pode deixar que eu não dou mais um susto desses - ri disfarçando 

Ricardo: Bom,vou deixar vocês porque o trabalho me espera,e não é nada fácil - disse beijos - falou saindo da sala 

UFA! 

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Mais um super sufoco da Natty em! Ainda bem que o Lucas chegou pra ajudar,caso contrário ela tava ferrada. Mas... Tenho uma dúvida pra plantar na cabeça de vocês... Será que pode rolar um "amor" entre os dois?? :o :o Será que tem chance? Porque observando bem,pintou um clima,né? ;) 

Comentem o que acharam do capítulo de hoje,e até a próxima ;) 
Ass.: Maria Fernanda ♥

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